Jurista Ives Gandra Martins participou de audiência em comissão na Câmara para debater decisão contra Dallagnol
Jurista Ives Gandra Martins participou de audiência em comissão na Câmara para debater decisão contra Dallagnol| Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O jurista Ives Gandra Martins disse nesta terça-feira (30) que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), por descumprir a Lei da Ficha Limpa, criou uma nova hipótese no direito brasileiro.

O jurista participou de uma audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. Na ocasião, ele disse ainda que a decisão contra Dallagnol fere a harmonia e a independência entre os poderes, definida pela Constituição Federal de 1988. Ives Gandra ressaltou que a função do Judiciário é ser o guardião da Constituição, e não invadir a competência de outros poderes.

Segundo ele, em todos os campos do direito a lei é sempre interpretada em benefício do acusado, o que não ocorreu no caso do deputado Dallagnol. Ives Gandra afirmou ainda que com a decisão de cassar o deputado a justiça eleitoral condenou 346 mil brasileiros, que o elegeram como representante na Câmara Federal.

Ives Gandra avaliou que a Mesa Diretora da Câmara deve aguardar o resultado dos recursos do deputado à justiça antes de cumprir a decisão. Ou seja, que o deputado deve continuar como titular do mandato até uma decisão final do STF.

Dallagnol, que acompanha a reunião, afirmou que sua defesa também irá nessa linha. O jurista Horácio Mousinho também afirmou, durante a audiência, que a decisão do TSE contraria os próprios precedentes da justiça eleitoral.