General Júlio Cesar de Arruda ocupará o cargo em meio à pressão de autoridades e de apoiadores do novo governo para que seja desmontado o acampamento em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília.
General Júlio Cesar de Arruda ocupará o cargo em meio à pressão de autoridades e de apoiadores do novo governo para que seja desmontado o acampamento em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília.| Foto: Maj Luís Gustavo / 3° Sgt Amantho

O general Júlio Cesar de Arruda deverá assumir o comando do Exército na sexta-feira (30), dois dias antes da posse do presidente eleito Lula (PT). A antecipação foi acertada entre o futuro ministro da Defesa José Múcio Monteiro e o atual titular da pasta, Paulo Sérgio Nogueira, em reunião na segunda-feira (26), segundo informações do jornal Valor Econômico.

Outra antecipação deve acontecer na troca de comando da Marinha, com a saída do almirante de esquadra Almir Garnier e a entrada de Marcos Sampaio Olsen entre hoje (27) e quinta-feira (29). Somente o novo comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno, deverá assumir a posição no próximo ano, no dia 2 de janeiro, no lugar de Carlos de Almeida Baptista Júnior.

Escolhido pelo petista para o posto, Arruda ocupará o cargo em meio à pressão de autoridades e de apoiadores do novo governo para que seja desmontado o acampamento de manifestantes em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília. A expectativa é de que com a mudança no comando da corporação, mude o tratamento dado ao grupo. O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal já afirmou que pretende desmontar o acampamento antes da cerimônia de posse.

A escolha dos nomes nas Forças Armadas respeitou o critério de antiguidade, tradição na qual o presidente da República indica um dos três oficiais-generais com mais tempo no topo da carreira para assumir o comando de sua respectiva força armada.

Lula se reuniu no dia 16 de dezembro com os oficiais-generais escolhidos por ele para comandar o Exército, a Marinha e a Aeronáutica. Dentre outros assuntos abordados, o petista acenou com recursos orçamentários e se comprometeu a manter programas militares estratégicos. A sinalização foi considerada positiva.