Ao autorizar a segunda fase da Operação E o Vento Levou - investigação sobre destinatários de R$ 40 milhões supostamente desviados da Companhia Energética de Minas (Cemig) -, a juíza Silvia Maria Rocha, da 2ª Vara Criminal Federal em São Paulo, levou em conta a delação do empresário Ricardo de Lima Assaf. Ele relatou detalhes de um jantar em Belo Horizonte, em outubro de 2014, que teria reunido lideranças do PT de Minas, como o ex-governador Fernando Pimentel e o então deputado federal Gabriel Guimarães. O tema em pauta foi uma propina de R$ 2 milhões, solicitada por um emissário de Guimarães, segundo o delator.
Assaf contou que foi abordado por um dos convidados "sobre a possibilidade de se realizar um repasse clandestino". Ficou acertada, então, entrega de R$ 2 milhões a Guimarães, afirma o delator. A magistrada esclareceu que "não há menção expressa de que Fernando Pimentel tenha sido o autor do pedido de repasse de R$ 2 milhões ou de qualquer outro pedido de vantagem" e que "não restou demonstrada a existência de vínculo espúrio entre Gabriel Guimarães e Fernando Pimentel".