Quatro em cada dez deputados federais do PSL pretendem deixar o partido após a fusão com o Democratas, que resultou na criação do União Brasil. Em levantamento feito pelo jornal O Globo com os 54 parlamentares do PSL na Câmara, 23 deles (42,6%) disseram que sairão do partido; outros 16 afirmaram que seguirão na legenda, 6 estão indecisos e 9 não responderam. A debandada, no entanto, não deve ocorrer na janela partidária que se abrirá especificamente por causa da fusão, mas apenas na janela pré-eleitoral de março de 2022, para não atrapalhar acordos feitos com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a respeito de presidências de comissões.
Os deputados que pretendem sair disseram ao jornal carioca que a intenção do União Brasil de lançar candidato próprio, em vez de apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro, é a principal razão para a mudança – a nova legenda já tem três pré-candidatos: o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (ambos do DEM), e o apresentador José Luiz Datena (do PSL). O destino desses parlamentares, no entanto, ainda é incerto: dos 23 que prometem deixar o União Brasil, 16 dizem que se filiarão ao mesmo partido que Bolsonaro escolher, mas até o momento o presidente da República ainda não se decidiu; depois de conversas frustradas com legendas como o Patriota, os destinos mais prováveis são o PP ou o PTB.
Luciano Bivar, o presidente da sigla que nasce como “superpartido”, minimizou o provável êxodo de deputados aliados de Bolsonaro, afirmando a O Globo que acredita em novas filiações na janela partidária de março. “Certamente manteremos um número significativo de congressistas”, disse Bivar. A fusão já foi aprovada pelos dois partidos, mas ainda não foi aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que pode acontecer apenas no início de 2022.