O desembargador Marcelo Malucelli durante solenidade de posse no TRF4 em dezembro de 2022.| Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4.
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O desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) Marcelo Malucelli se declarou suspeito nesta quinta-feira (20) para atuar nos processos da Lava Jato. Ele era o relator das ações da operação no tribunal. Malucelli afirmou que “ante a ocorrência de circunstâncias posteriores à data em que assumi os processos” deve se afastar da relatoria por “motivo de foro íntimo”. No despacho, ele solicitou que a Secretaria do TRF4 redistribua as ações para outro desembargador da Corte.

A decisão de Malucelli ocorre após o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, abriu uma apuração sobre sua conduta. A apuração foi instaurada após o desembargador restabelecer a ordem de prisão preventiva do advogado Rodrigo Tacla Duran, réu em ações penais no âmbito da Lava Jato. Logo depois de anunciar a retomada da prisão, o tribunal voltar atrás e disse que errou. O episódio gerou um impasse com a 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos da Lava Jato no Paraná.

Tacla Duran alega que foi alvo de uma tentativa de extorsão para que não fosse preso durante um desdobramento da operação. O advogado sugeriu o envolvimento do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz da Lava Jato, e do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-coordenador da força-tarefa da operação no suposto crime.

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Após a repercussão sobre a decisão da prisão preventiva de Tacla Duran, foi divulgado que Marcelo Malucelli, é pai do advogado João Malucelli, sócio do escritório Wolff Moro, em Curitiba, que tem como sócios o senador e sua esposa, a deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-SP). O casal afirma que está afastado das atividades do escritório desde o início dos mandatos.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]