A comissão especial da Câmara dos Deputados que avalia a reforma da previdência viu um momento inusitado na noite da quinta-feira (4): o relator do projeto, Samuel Moreira (PSDB-SP), e o presidente da comissão, Marcelo Ramos (PL-AM), pediram a rejeição de uma proposta apresentada pelo Novo que determina um gatilho que ajustaria a idade mínima de aposentadoria de acordo com a evolução da expectativa de vida dos brasileiros. A proposta acabou derrubada, por 41 votos a 5.
Ramos e Moreira disseram "ter simpatia" pela proposta do Novo, mas alegaram que a modificação do relatório proposta pelo partido poderia levar a impasses técnicos na aprovação do texto. O presidente da comissão chegou a deixar a mesa dos trabalhos e sentou-se no local reservado aos outros deputados para defender sua posição.
A proposta do Novo foi contestada pelos deputados da oposição, e o voto de Paulo Ramos (PDT-RJ) gerou polêmica entre os parlamentares, após ele ter chamado os defensores da iniciativa de "malditos" e "assassinos". O Novo é um dos principais defensores da reforma da previdência e tem atuado em sintonia com a base governista e com os comandantes da comissão da reforma. Mais cedo, o texto-base da reforma foi aprovado.