O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil.
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O ministro da Justiça, Flávio Dino, criticou nesta quarta-feira (22) "narrativa escandalosamente falsa" nas redes sociais para tentar vincular a operação da Polícia Federal que investiga um plano de ataque contra o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) a declaração feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o ex-juiz da Lava Jato.

Em entrevista nesta terça (21), Lula disse que quando estava preso em Curitiba queria se vingar de Moro, que determinou sua prisão. "É vil, é leviana, é descabida qualquer vinculação desses eventos [a operação] com a política brasileira. Fico realmente espantado com o nível de mau-caratismo de quem tenta politizar uma investigação séria. Investigação essa que é tão séria que foi feita em defesa da vida e da integridade de um senador de oposição ao nosso governo", disse Dino.

"Estamos vendo em redes sociais narrativas escandalosamente falsas, falando que haveria uma relação entre a entrevista de Lula com esses planejamentos. Isso é um disparate. Isso é uma violência", disse o ministro. "Dei, darei e reitero todas as declarações críticas em relação à atuação do então juiz Sergio Moro. Ocorre que essas declarações críticas a Sergio Moro não impedem, e não impedirão, a PF de proteger uma pessoa que é crítica ao nosso governo. Quem neste momento faz politização indevida está ajudando a quadrilha", acrescentou.

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Moro afirmou que a declaração de Lula poderia acabar "incitando violência contra outras pessoas". "Ontem, o presidente Lula deu uma declaração infeliz, que a gente tem que repudiar e que utilizou até palavrões em relação à minha pessoa. Quando um presidente utiliza esse tipo de linguagem e faz esse tipo de ofensa, ele acaba incitando violência contra outras pessoas”, disse o senador em entrevista à GloboNews.

Mais cedo, a PF deflagrou a Operação Sequaz para desarticular uma organização criminosa que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, entre eles Moro. Dino afirmou que as investigações começaram há 45 dias, após ter sido avisado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de que criminosos estariam planejando atentados violentos contra autoridades, informou a Agência Brasil.

O ministro pediu seriedade no debate político no Brasil e ressaltou que "não se pode pegar isoladamente uma declaração de ontem e vincular a uma investigação que tem meses". "Não temos nenhum aparelhamento político de Estado nem a favor, nem contra ninguém", completou. Dino participa nesta quarta de reunião organizada pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), onde deve falar sobre as ações em curso no Ministério da Justiça.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]