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Os presidentes de 26 diretórios estaduais do PSDB divulgaram nesta quarta-feira (10) uma carta em que pedem a prorrogação do mandato da executiva nacional do partido e também de seus mandatos, que se encerrariam nos primeiros meses do ano. A alegação é de que a pandemia de coronavírus impede a realização das convenções partidárias. O presidente nacional do partido hoje é o ex-deputado federal Bruno Araújo (PE).
A movimentação dos tucanos contraria o interesse do governador paulista, João Doria, de presidir a legenda. Ele teria externado a colegas de partido que gostaria de administrar o PSDB já a partir de maio de 2021 para estar no comando à época das eleições de 2022, quando planeja se candidatar a presidente da República. Doria, assim, repetiria os passos de Aécio Neves e Geraldo Alckmin, que foram presidentes do PSDB e candidatos a presidente da República em 2014 e 2018, respectivamente.
A nota divulgada nesta quarta é assinada também pelo presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi, que é aliado de Doria. O único presidente estadual que não subscreve o texto é o ex-deputado Arthur Bisneto, que comanda a sigla no Amazonas. Segundo a assessoria do partido, ele não foi localizado.
A ideia de Doria em assumir o PSDB já em 2021 foi externada pelo governador em reunião com lideranças do partido no início da semana. Além de buscar o comando da legenda, Doria tenta reforçar o caráter tucano de oposição ao governo de Jair Bolsonaro e expulsar Aécio, atualmente deputado federal, do partido.