O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu nesta quarta-feira (20) que a crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus "pode ser mais longa e o desvio fiscal pode ser maior". A declaração foi dada durante evento virtual. No início de maio, por conta dos gastos com a crise, o Ministério da Economia estimou um rombo de R$ 601,2 bilhões para o setor público em 2020, o que equivale a 8,27% do Produto Interno Bruto (PIB). Neste cenário, a dívida bruta do país pode terminar o ano em 90,8% do PIB. Sobre as ações, Campos Neto afirmou que "estamos fazendo um desvio fiscal, mas indicamos que voltaremos para o trilho", para depois ressaltar que "a crise pode ser mais longa e o desvio fiscal pode ser maior". Questionado sobre qual seria o piso para a Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 3% ao ano, Campos Neto pontuou que o tema do limite da política monetária (redução dos juros básicos) é dinâmico. "Depende um pouco do que está acontecendo no mundo - tivemos uma saída de recursos (dólares, do Brasil) - e temos a parte da condição interna [com opiniões distintas dentro do Comitê de Política Monetária]", afirmou.
Presidente do BC diz que crise pode ser mais longa e desvio fiscal maior
- 20/05/2020 22:33
- Estadão Conteúdo