Em entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo durante sua viagem para Nova York, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), respondeu perguntas sobre uma possível aliança com o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) na disputa eleitoral de 2022. "Estaremos no mesmo campo, mas não necessariamente na mesma candidatura", disse o tucano, alegando que ambos estarão "longe dos extremistas", representados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Embora tenha atribuído esta classificação ao chefe do Executivo, Doria também acenou para uma reconciliação com os membros do PSDB que apoiam o presidenre. "O comportamento de ontem e hoje não será necessariamente o de amanhã. Por isso o diálogo e o respeito ao tempo", disse o governador que, em 2018, adotou o slogan "Bolsodoria" durante a campanha. Doria também evitou comentar a suposta aproximação entre Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin. "Cabe ao próprio governador definir as motivações para essa aproximação com o ex-presidente Lula, que ele e o PSDB sempre combateram nos últimos 20 anos", declarou o tucano, que não descarta alianças com o Centrão ("Não temos nenhuma restrição a alianças, desde que sejam republicanas").
Questionado sobre a situação do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), que defendeu que a sigla deveria focar em ter uma grande bancada, ao invés de eleger o presidente da República, o governador desconversou. "Melhor você perguntar para ele". Durante a entrevista, Doria falou sobre seu "modelo ideal de negócio" para a Petrobras - "ela não terá o mesmo tamanho que tem hoje" - e disse ter mudado de ideia quanto aos princípios econômicos que marcaram sua entrada na política. "Minha visão era que uma postura liberal resolveria tudo. Não resolve".
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