O projeto de reforma da Previdência aprovado no Senado Federal deve gerar uma economia de R$ 630 bilhões em dez anos. A estimativa é da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado à Casa. A diferença para o impacto fiscal estimado pelo governo, que é de R$ 800 bilhões, é grande: são R$ 170 bilhões. Pelos cálculos da IFI, o grosso dessa diferença vem da estimativa de economia no Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o INSS -- enquanto a estimativa da IFI é de R$ 523 bilhões em dez anos, o governo projetou R$ 650,9 para o período. Já o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), a aposentadoria dos servidores públicos, o impacto projetada pela IFI é de R$ 84,6 bilhões contra R$ 137,9 estimados pela equipe econômica.
A economia calculada pela IFI já era menor do que a projetada pelo Executivo desde a proposta original -- o impacto estimado pela equipe econômica no período de 2020 a 2029 era de R$ 1,2 trilhão enquanto a IFI apontava para R$ 995 bilhões. A razão para as divergências de valores estão na forma como alguns cálculos são incorporados. Em relação ao RGPS, a IFI justifica que há diferentes formas de incorporar o modelo de simulação de regras de transição. Já para o RPPS, há diferenças nas premissas, técnicas de cálculo e base de dados.