O Patriota decidiu afastar por um período de 90 dias o presidente da sigla, Adilson Barroso, após negociações “individuais” sobre a filiação do presidente Jair Bolsonaro e seu grupo político. Em convenção realizada nesta quinta-feira (24), em Brasília, o grupo resolveu que o atual vice-presidente Ovasco Resende irá comandar a legenda neste período.
A sigla vive um racha entre seus filiados desde que Adilson Barroso passou a negociar com o senador Flávio Bolsonaro (RJ), recém-filiado ao Patriota, a filiação do presidente Bolsonaro e de seus aliados. No entanto, a ala ligada a Ovasco Resende vinha resistindo às tratativas feitas por Barroso e a família do presidente.
De acordo com essa ala, Adilson Barroso será julgado pelo conselho de ética do Patriota justamente por ter negociado de forma individual a filiação de Bolsonaro e por ter realizado supostas manobras para ter maioria dos votos do diretório em outras duas convenções. O filho e a esposa de Adilson foram afastados do conselho de ética por serem considerados suspeitos para julgar o caso.
Em seu discurso, Ovasco afirmou que durante esses 90 dias não irá tratar da filiação de Bolsonaro. Segundo ele, o partido não é contrário à filiação do presidente, mas sim da forma com vinham sendo feitas as negociações por Adilson Barroso.
O afastamento de Barroso foi aprovado por unanimidade entre os 20 votantes presentes na convenção desta quinta. Ao todo, 32 membros do diretório nacional teriam direito ao voto.
Procurado pela Gazeta do Povo, Adilson Barroso afirmou que o grupo que lhe destituiu da presidência do Patriota não tem autoridade estatutária para expulsar ninguém da legenda. "Só estão tentando assustar o presidente [Bolsonaro]", disse Barroso.
Já o senador Flávio Bolsonaro divulgou nota onde afirma que uma "ala minoritária" do Patriota não entendeu a "magnitude" da chegada de um presidente da República no partido. "Fui para o Patriota antes de todo mundo para arrumar a casa e é o que vamos fazer", disse o filho do presidente.