O vice-presidente Hamilton Mourão fez às 20h deste sábado (31), na qualidade de presidente em exercício, o último pronunciamento do governo Bolsonaro, antes de seu encerramento e posse do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
“Trabalhamos e entregaremos ao próximo governo um país equilibrado”, disse o vice-presidente. Ele destacou também a possibilidade da inclusão do Brasil na OCDE, que exige princípios de democracia e livre mercado. Há resistência do novo governo à membresia brasileira na organização.
Mourão disse que houve “percalços” no governo, mas comemorou avanços na economia e na conservação da Amazônia. Ele instou seus eleitores a defender a economia liberal, que teria sido alvo de ataques “dos três poderes”. Indiretamente, reclamou de desmandos de autoridades que estariam agindo fora de suas competências legais, uma possível referência a Alexandre de Moraes.
Ele falou que há um “desequilíbrio institucional em curso” com um clima de caos e desagregação social. “A alternância do poder em uma democracia é saudável e deve ser preservada”, acrescentou Mourão, que pediu também a promoção de oportunidades iguais no país.
“Mudaremos de governo, mas não de regime. Manteremos nosso caráter democrático”, disse o presidente em exercício. Ele pediu que os cidadãos retornem à normalidade e que representantes eleitos façam “dura oposição ao projeto progressista” do terceiro governo Lula. Mourão se despediu fazendo votos que o Brasil cumpra seu “destino manifesto” de ser a mais próspera e desenvolvida democracia liberal ao Sul do Equador.