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A agenda desta segunda-feira (23) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, foi cancelada. O encontro deveria ocorrer na véspera da reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), na Argentina, mas o venezuelano desistiu de sua participação.
Em nota, a ditadura de Maduro citou um suposto "plano da direita neofascista" para realizar "uma série de agressões contra a delegação" da Venezuela durante o encontro da Celac. "Eles pretendem dar um show deplorável para perturbar os efeitos positivos de um evento regional tão importante, e assim contribuir para a campanha de descrédito -já malsucedida- que foi lançada contra nosso país pelo Império Norte-Americano", diz o comunicado da Venezuela.
Questionado, Lula afirmou que é contra "muita ingerência" nas tratativas para a resolução dos problemas políticos da Venezuela. O presidente brasileiro defendeu que o diálogo é a saída para que o país volte à normalidade democrática.
"Deveríamos ter duas coisas na cabeça. Primeiro, a gente permitir com muita tranquilidade que a autodeterminação dos povos fosse respeitada em qualquer país. Da mesma forma que eu sou contra a ocupação territorial que a Rússia fez na Ucrânia, eu sou contra muita ingerência no processo da Venezuela", afirmou.
Durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), a embaixada brasileira em Caracas, capital venezuelana, foi fechada pelo governo brasileiro. Lula, no entanto, pretende enviar uma missão ao país para restabelecer as relações com Maduro.
"Para resolver o problema da Venezuela a gente vai resolver com diálogo, e não com bloqueio. A gente vai resolver com diálogo e não com ameaça de ocupação. A gente vai resolver com diálogo e não com ofensas pessoais", completou Lula.