Primeira presa na Operação Lava Jato, em 2014, a ex-doleira Nelma Kodama foi detida novamente pela Polícia Federal nesta terça-feira (19) em um hotel de luxo de Portugal, suspeita de integrar uma quadrilha que atua no tráfico internacional de drogas. Kodama é uma das investigadas na operação que apura o envio de cocaína para a Europa escondida na fuselagem de jatos executivos de uma empresa de táxi aéreo.
Foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco. Em Portugal, a polícia portuguesa cumpriu outros três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nas cidades do Porto e Braga.
Segundo a PF, as investigações começaram em fevereiro de 2021, após um jato executivo pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo pousar no aeroporto internacional de Salvador (BA) para abastecimento. Durante inspeção, os policiais encontraram aproximadamente 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.
A defesa de Nelma Kodama informou, por meio de nota, que "confia na Justiça e espera, em breve, ter acesso aos autos para entender a motivação da prisão da empresária e se manifestar perante as autoridades competentes".
Histórico
Nelma foi presa no dia 15 de março de 2014 – dois dias antes da deflagração da primeira fase da Lava Jato – no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Ela tentava embarcar para Milão, na Itália, com 200 mil euros escondidos na calcinha. Ela foi condenada pelo então juiz Sergio Moro a 18 anos de prisão. A doleira firmou um acordo de colaboração premiada e deixou a prisão em junho de 2016.
Nelma teve o ápice da atenção midiática quando depôs à CPI da Petrobras, em 2015. Questionada sobre seu relacionamento com o doleiro Alberto Youssef, a doleira revelou que foi amante dele entre 2000 e 2009. O momento da revelação foi marcado por descontração: Nelma começou a cantar um trecho da música “Amada Amante”, de Roberto Carlos.