O ex-ministro da Defesa e da Segurança Pública no governo Temer, Raul Jungmann, encaminhou carta aberta aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em que alerta sobre a "gravidade" do que chama de "processo de armamento da população" no Brasil. No texto, diz que o maior acesso a armas de fogo aumentará os homicídios e impulsionará atividades criminosas, como as milícias e o tráfico de drogas.
No último dia 12, o presidente Jair Bolsonaro editou quatro decretos de 2019 que regulam a aquisição de armas no país. Entre as mudanças, está o aumento, de quatro para seis, do número máximo de armas de uso permitido para pessoas com Certificado de Registro de Arma de Fogo. Além disso, também foi flexibilizada a norma que exige autorização do Exército para compras de armas por caçadores e atiradores e a dispensa de registro dos comerciantes de armas de pressão junto ao Exército.
Na carta, Jungmann afirma que o armamento da população evoca "o terrível flagelo da guerra civil, e do massacre de brasileiros por brasileiros". Ele cita que em 2019 e 2020 as mortes violentas voltaram a crescer no país e que, ao mesmo tempo, os registros de compra de novas armas "explodiram": “90% a mais em 2020, relativamente a 2019, o maior crescimento de toda série histórica, segundo dados da Polícia Federal”, escreveu.