A Justiça do Rio aceitou denúncia contra o ex-prefeito da capital, Marcelo Crivella (Republicanos), que agora virou réu no processo aberto a partir das investigações do "QG da Propina". Ele vai responder pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Crivella é acusado pelo Ministério Público do Estado de comandar um esquema de liberação de pagamentos a credores do Executivo municipal e direcionamento de licitações em troca de propina.
Além do ex-prefeito, outras 25 pessoas também foram denunciadas e agora são réus no mesmo processo. Entre elas, o empresário Rafael Alves, apontado como o principal operador financeiro da organização; seu irmão Marcelo Alves, ex-presidente da Riotur; o ex-senador Eduardo Lopes (Republicanos); o empresário Arthur Soares, o "Rei Arthur", empresário de transportes no Rio; Mauro Macedo, primo e ex-tesoureiro das campanhas de Crivella; e o marqueteiro Marcelo Faulhaber.
A decisão é da juíza Juliana Benevides, da 1ª Vara Criminal Especializada de Combate ao Crime Organizado. O despacho foi publicado na quarta-feira (3). A denúncia foi subsidiada por mensagens extraídas dos celulares dos investigados, apreendidos no curso do inquérito, planilhas, cheques, fotografias e "prints" de telas de computadores, além dos relatos prestados pelo doleiro Sérgio Mizrahy em sua colaboração premiada.
Crivella foi preso preventivamente na Operação Hades, da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio em dezembro, nove dias antes de encerrar o mandato único. O ex-prefeito foi colocado em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, está proibido de manter contato com outros denunciados e impedido de acessar telefones, computadores e tablets apreendidos em seu apartamento. A defesa de Marcelo Faulhaber afirma que irá recorrer. E a defesa de Rafael Alves diz que não há comprovação destas acusações, que serão cabalmente afastadas no curso do processo.