A Executiva Nacional do DEM vai dividida para a reunião desta terça-feira (21), que terá a fusão do PSL como a pauta principal. Aliados do presidente da legenda, ACM Neto, acreditam que detêm maioria para aprovar a unificação entre os partidos, mas uma parcela da sigla não se sente convencida e planeja cobrar o plano de governança, conhecer o esboço do estatuto e questionar sobre os acordos acerca dos diretórios estaduais. O encontro acontece às 19h, no B Hotel, em Brasília.
O deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), presidente do diretório fluminense e membro da Executiva Nacional, é um dos que buscará informações na reunião desta terça-feira, mas deixou claro que não se posicionaria antes do encontro. "Não quero emitir opinião se sou a favor ou contra antes de saber sobre o modelo de governança, o estatuto e a decisão sobre a presidência estadual do Rio de Janeiro", disse à Gazeta do Povo.
A posição de Sóstenes é partilhada por outros integrantes da Executiva Nacional que falaram reservadamente com a reportagem. O temor dessa ala do DEM — cuja maioria é formada por membros eleitos pelo sistema proporcional — é que, na fusão, deputados federais, estaduais e vereadores não teriam autonomia para se posicionar. Hoje, por exemplo, o partido tem deputados federais alinhados com o governo, outros opositores.
"Uma das coisas mais importantes no DEM é que ele é um partido que não tem dono, tem lideranças. Tudo se decide na Executiva Nacional pelo voto. É diferente de um partido como o PSL, que tem dono. Nessa fusão, como seria o modelo de governança? É para o [Luciano] Bivar [presidente do PSL] continuar sendo dono?", indaga Sóstenes, que se opõe a uma composição com o presidente do diretório pesselista no Rio, o prefeito de Belford Roxo, Waguinho. "Não tenho a mínima condição de convivência com ele. Se é para ele ser presidente, terei que sair no dia seguinte", diz.
Já aliados de ACM Neto ponderam que os integrantes resistentes à fusão são minoria na legenda e acreditam que sua oposição não inviabilizará a unificação entre DEM e PSL. "É algo que o ACM quer e já tem os votos", sustenta um integrante próximo do presidente demista. Dos 62 membros da Executiva Nacional convidados para a reunião desta terça, 27 foram eleitos pelo sistema proporcional e nem todos são contrários à fusão.