Exército
O comentarista da Jovem Pan News, Paulo Figueiredo, neto do último presidente militar, João Figueiredo| Foto: Reprodução/YouTube

O Exército afirmou em nota nesta terça-feira (29) que os militares da ativa “são apartidários em suas condutas” em resposta a afirmações do comentarista da Jovem Pan News, Paulo Figueiredo, que, segundo a força, “ferem a imagem da instituição e de integrantes do seu Alto Comando”.

Neto do último presidente militar do Brasil, general João Figueiredo, o comentarista insinuou que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, tem um “espião” dentro do Alto Comando do Exército, composto por 14 generais "quatro estrelas". Figueiredo relatou que o general Valério Stumpf, chefe do Estado-Maior, é amigo de infância de José Levi Júnior, secretário-geral da presidência do TSE e ex-advogado-geral da União no governo Jair Bolsonaro.

O comentarista afirmou ainda que Stumpf e os generais Richard Nunes e Tomás Paiva, comandantes do Nordeste e Sudeste, respectivamente, estariam atuando contra uma reação do Exército ao resultado da eleição presidencial, ignorando apelos de militares de patente inferior. Tomás e Stumpf são cotados para assumir o comando do Exército, pelo critério de antiguidade, no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Recentemente, os mesmos generais já haviam sido chamados de "comunistas" em mensagens apócrifas nas redes sociais.

“Os oficiais-generais citados são homens honrados, profissionais dedicados e contam com todo o respeito, a amizade e admiração do Comandante do Exército e de seus pares. São militares ilibados e comprometidos com a ética profissional, comprovada ao longo de mais de 40 anos de profissão”, diz a nota.

Ainda segundo o comunicado, o Exército “lamenta profundamente especulações que só se prestam para inocular a discórdia e que em nada contribuem para a resolução dos problemas vivenciados em nosso País”.

Ex-comandante do Exército e voz ainda influente na força, o general Eduardo Villas Bôas saiu em defesa dos oficiais citados. No Twitter, ele chamou de fake news as informações que “difamam a imagem” dos generais Richard, Tomás e Stumpf. “Posso atestar a higidez de caráter, a coragem e a lealdade, tanto pessoal como a que devotam às normas que regem a instituição Exército. Nesse momento extremo que a nação atravessa é imprescindível que a solidez das estruturas do Exército sejam preservadas”, escreveu.