Ministro Supremo Tribunal Federal (STF) e relator da Operação Lava Jato na Corte, Edson Fachin determinou a abertura de um inquérito para investigar a suposta compra de apoio político para a eleição de Eduardo Cunha (MDB-RJ) à presidência da Câmara dos Deputados, em 2015. Supostos repasses teriam sido autorizados pelo executivo Joesley Batista, do grupo J&F de R$ 30 milhões. O nome de Cunha - que foi deputado federal de 2003 a 2016 - era visto como a melhor opção para fazer contraponto à então presidente Dilma Rousseff no início do segundo mandato da petista.
O caso ficou parado na Procuradoria-Geral da República (PGR) por mais de um ano, o que teria levado Fachin a questionar a então procuradora-geral da República Raquel Dodge sobre o andamento da apuração. O pedido de abertura de investigação foi formulado em outubro pela equipe do sucessor de Raquel, Augusto Aras. O inquérito foi instaurado com base na delação premiada do ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo J&F Ricardo Saud. Segundo Saud, Cunha teria pedido ajuda do grupo J&F para conseguir angariar votos suficientes para a eleição que definiria o comando da Câmara dos Deputados. Joesley Batista teria ficado responsável por viabilizar o apoio com recursos financeiros, enquanto Saud se envolveria na articulação com as bancadas de Minas e Rio e de alguns líderes.