As 25 mortes no Rio de Janeiro durante operação no Jacarezinho na última quinta (6) serão apuradas pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, a pedido do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. Fachin viu indícios de "execução arbitrária" no episódio.
"Os fatos relatados parecem graves e, em um dos vídeos, há indícios de atos que, em tese, poderiam configurar execução arbitrária. Certo de que Vossa Excelência, como representante máximo de uma das mais prestigiadas instituições de nossa Constituição cidadã, adotará as providências devidas, solicito que mantenha este Relator informado das medidas tomadas e, eventualmente, da responsabilização dos envolvidos nos fatos", escreveu Fachin, em ofício.
O plenário do STF determinou no ano passado a suspensão das operações policiais em comunidades do Rio durante a pandemia. Um ofício semelhante foi enviado ao procurador-geral de Justiça do Estado do Rio, Luciano Oliveira Mattos de Souza.
O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, também se manifestou sobres as mortes na operação no Jacarezinho. "Tudo bandido! Entra um policial numa operação normal e leva um tiro na cabeça de cima de uma laje. Lamentavelmente, essas quadrilhas do narcotráfico são verdadeiras narcoguerrilhas, têm controle sobre determinadas áreas e é um problema da cidade do Rio de Janeiro", declaro.
Já o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) lamentou em nota as mortes ocorridas em operação policial na favela do Jacarezinho. "É urgente a necessidade de combate ao crime organizado, ao tráfico de drogas e às demais atividades marginais que ocorrem na cidade. Entendemos, também, que essas devem ocorrer de forma a proteger a vida de todos, especialmente dos moradores que, também, são vítimas e reféns de atividades criminosas."