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Indicado do presidente

Falta a Zanin titulação acadêmica para cargo de ministro do STF, diz Ives Gandra

Cristiano Zanin
Jurista diz que indicado por Lula ao cargo de ministro do STF não tem uma titulação semelhante a seus pares na Corte. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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A indicação do advogado Cristiano Zanin ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), oficializada na quinta (1º/6) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é contestada pelo jurista Ives Gandra Martins, professor titular da Faculdade de Direito do Mackenzie e emérito da Escola de Comando do Estado-Maior do Exército.

Em um artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo nesta sexta (2), Martins afirma que Zanin não teria um conhecimento jurídico semelhante a seus futuros pares na Corte, como Ricardo Lewandowski, que é professor titular da Universidade de São Paulo e deixou o cargo pleiteado por Zanin. E nem de Alexandre de Moraes, que é livre docente da USP, prestou concurso, fez mestrado e doutorado.

“O artigo 101 da Constituição prevê notável saber jurídico. O notável é aquilo que está acima da média do conhecimento de todos, o que inclui saber acadêmico, livros publicados, reconhecimento nacional e internacional como jurista”, diz o jurista.

Para ele, a figura do notável saber jurídico “estabelece que, para ser ministro, precisa estar acima de uma titulação normal. Não só ser brilhante profissional – esse requisito, indiscutivelmente, Zanin preenche –, mas titulação acadêmica é o que lhe falta. É o que está na Constituição. Não é a tradição de todos os presidentes da República que este seja o critério maior”, disse Ives Gandra Martins no artigo.

Ainda segundo o jurista, o Supremo ganhou uma dimensão política que gerou um perfil que se “auto-outorgou uma flexibilidade muito maior em criar novas hipóteses legislativas, invadindo a competência do Poder Legislativo”. Essa mudança teria começado em 2003 e se intensificado nos últimos anos, em que os requisitos da Constituição “passaram a ser formais”.

“Os presidentes indicam bons profissionais, mas deveriam indicar também grandes juristas”, pontuou.

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