O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), contrariou seu próprio discurso ao multar o presidente Jair Bolsonaro por falta de máscara e aglomeração no estado. Há oito meses, ele disse que não autuaria seu secretário de Saúde, Carlos Lula, por participar de aglomeração em um evento político em Coroatá (MA).
Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o auxiliar de Dino foi flagrado dançando sem máscara em meio a uma aglomeração. Questionado sobre as imagens vazadas, o governador do Maranhão disse que era preciso ter "senso de Justiça" e negou "interesses eleitorais e políticos" no evento político, que aconteceu às vésperas das eleições municipais.
Para blindar seu secretário de saúde, Dino emitiu um parecer técnico solicitando que a Justiça Eleitoral fiscalizasse os eventos políticos a partir daquele dia, 18 de setembro, não o governo do Maranhão. "São essas instâncias que dirão o que pode ou não pode ser feito nas campanhas eleitorais", declarou. "E não pelo governo do Estado", complementou.
Bolsonaro foi autuado por "infração sanitária". O texto da multa informa que ele descumpriu a "obrigação do uso de máscara de proteção como medida farmacológica". O presidente da República foi ao Maranhão para a entrega de títulos de propriedade rural em Açailândia (MA). Ele também fez uma parada não programada no município de Bacabeira (MA) e aproveitou para cumprimentar apoiadores.