O funcionalismo brasileiro, graças a suas garantias de estabilidade no emprego e ao poder político de obter reajustes salariais, tem conseguido elevar sua participação na renda nacional. É o que mostra reportagem da Folha de S. Paulo deste domingo (21/07), ao apontar que os gastos com funcionários ativos da União, Estados e Municípios aumentaram de 12,3%, em 2014, para 13,6%, ou R$ 927,8 bilhões, no ano passado.
Parte da expansão dos percentuais estaria associada à queda do PIB em 2015 e 2016. Mesmo assim, a tendência de alta persistiu nos anos seguintes. Nas estatísticas do FMI, dificilmente se encontram países que destinem mais de 13% do PIB ao pessoal ativo. O nível atípico de despesas não estaria tão relacionado ao número de servidores, 11,5 milhões, mas às suas elevadas médias salariais. Segundo o Banco Mundial, a diferença de remuneração entre os setores público e privado, no Brasil, chega a 67%, a maior num grupo de 53 países.