O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes explicou na tarde desta terça-feira (9) que jamais quis ofender o povo curitibano em suas declarações contra a Operação Lava Jato. O ministro afirmou que Curitiba “gerou Bolsonaro” e “tem germe do fascismo”, durante entrevista ao Roda Viva, na TV Cultura, na noite de segunda (8).
“O que eu acho fundamental na sua pergunta é o seguinte: Curitiba gerou Bolsonaro, Curitiba tem o germe do fascismo. Inclusive todas as práticas que desenvolvem, investigações a sorrelfa [dissimulação silenciosa para iludir], investigações atípicas, não precisa dizer mais nada”, afirmou o magistrado no Roda Viva.
Após a repercussão contrária as declarações, Mendes esclareceu que a crítica foi direcionada aos membros da força-tarefa da Lava Jato e à chamada “República de Curitiba”.
“Ontem, em entrevista ao Roda Viva, usei uma metonímia que merece explicitação. Jamais quis ofender o povo curitibano. Não foi Curitiba o gérmen do facismo; foi a assim chamada “República de Curitiba” (Operação Lava-Jato e os juízes responsáveis por ela na capital paranaense)”, disse o ministro no Twitter nesta tarde.
O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), afirmou que "o ministro Gilmar Mendes certamente vai esclarecer uma fala infeliz, que ataca gratuitamente Curitiba e os paranaenses”. O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-procurador da Lava Jato, e o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz dos processos da operação, também criticaram Gilmar Mendes. Vereadores de Curitiba também repudiaram as declarações do ministro.