O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou os efeitos da medida cautelar que havia proibido o ex-prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella de se ausentar do país e determinou a devolução de seu passaporte. Crivella foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro por supostos crimes de integrar organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e corrupção ativa. Os fatos investigados envolvem a existência do chamado "QG da Propina" na prefeitura.
Em fevereiro, Gilmar já havia revogado a prisão domiciliar de Crivella, mas impôs uma série de medidas cautelares, como o comparecimento periódico em juízo, a proibição de manter contato com outros investigados, a proibição de deixar o país e a entrega do passaporte. Seis meses dessa decisão, Gilmar considerou que o risco do ex-prefeito se furtar à aplicação da lei penal é mínimo, considerando que, desde dezembro de 2020, ele vem respondendo devidamente aos atos do processo e cumprindo adequadamente todas as medidas cautelares impostas.
Com a recuperação do passaporte, Crivella pode agora sonhar em assumir a embaixada do Brasil na África do Sul. Em junho, o presidente Jair Bolsonaro indicou o ex-prefeito para o posto. A decisão final, no entanto, depende do aval do país anfitrião.