O governador de Alagoas e candidato à reeleição, Paulo Dantas (MDB), é alvo de uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, realizada na manhã desta terça-feira (11). Dantas também foi afastado do cargo por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A determinação atende a um pedido da própria Polícia Federal.
A investigação apura um suposto esquema de rachadinha dentro da Assembleia Legislativa de Alagoas quando o governador exercia o mandado de deputado estadual em 2019. Os policiais cumprem 31 mandados de busca e apreensão em imóveis vinculados aos investigados.
“A necessidade e a urgência das medidas cautelares cumpridas na manhã de hoje – que incluem busca e apreensão, sequestro de bens, afastamentos de função pública, dente outras medidas – foram amplamente demonstradas nos autos da investigação policial e corroborada pelo Ministério Público Federal, o que subsidiou a decisão judicial”, diz nota da PF.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, os investigados estão impedidos de manter contato entre si e de frequentar os órgãos públicos envolvidos na investigação. As medidas cautelares incluem ordem de sequestro de bens e valores que chegam a R$ 54 milhões.
“A investigação, ainda em sigilo, aponta a ocorrência dos crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Também nesta terça-feira, o vice-governador será informado a respeito da ordem judicial de afastamento do governador do cargo”, diz o comunicado.
A reportagem da Gazeta do Povo procurou a assessoria do governador Paulo Dantas, que até o momento não se pronunciou sobre a operação.
Dantas, que tem o apoio do ex-presidente Lula (PT) nas eleições estaduais, disputa o segundo turno com o Rodrigo Cunha (União Brasil). Ele assumiu o governo de Alagoas em maio deste ano, em uma eleição indireta realizada pela Assembleia Legislativa do estado, após a renúncia do ex-governador Renan Filho, que deixou o cargo para disputar uma vaga no Senado.
A eleição indireta se fez necessária porque não havia mais ninguém na linha de sucessão. Renan Filho deixou o cargo no começo de abril; o vice eleito com Renan, Luciano Barbosa (MDB), já havia renunciado ao governo em 2020, quando foi eleito prefeito de Arapiraca; e o terceiro na linha de sucessão, o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Victor (MDB), também abriu mão do cargo de governador para se concentrar em sua campanha de reeleição.