Aliados de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendem que o presidente faça a cada quinze dias uma reunião com todos os líderes partidários da Câmara e do Senado. O modelo seria uma forma de o próprio presidente ouvir as demandas e se aproximar dos parlamentares das duas Casas, em uma estratégia para evitar novas crises com o Congresso, como a que ocorreu nesta semana com a votação da Medida Provisória que reestruturou a Esplanada dos Ministérios.
Além da cobrança por maior participação na articulação política, também chegou a Lula a reclamação de que Lula optou por fazer diversas agendas internacionais enquanto a pauta junto ao Legislativo foi deixada de lado pelo petista.
Na última sexta-feira (26), por exemplo, Lula fez um churrasco no Alvorada com a presença de diversos ministros do governo, do Supremo Tribunal Federal (STF) e líderes do Congresso Nacional. Fontes do governo admitem, por exemplo, que entre os assuntos discutidos na confraternização esteve a indicação do advogado de Lula, Cristiano Zanin, para uma vaga de ministro do STF.
Os governistas avaliam que Lula precisa adotar esse modelo para se aproximar dos deputados e senadores. As confraternizações na residência oficial da Presidência eram rotineiras nos outros mandatos do petista.
"Lula deveria assumir o comando da articulação política. Tem que ter negociação por parte do governo, mas falta boa vontade do Legislativo", pontou o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).