Relatórios de monitoramento de parlamentares e jornalistas foram produzidos sob encomenda da Secretaria de Governo, do ministro-general Luiz Eduardo Ramos (foto), e da Secretaria de Comunicação, do secretário Fábio Wajngarten.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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O governo Jair Bolsonaro montou um esquema de monitoramento das redes sociais de parlamentares e jornalistas com dinheiro público, informa a coluna de Guilherme Amado na revista Época. Segundo a reportagem, a rotina digital de deputados e senadores, oposicionistas e governistas, além de colunistas de sites jornalísticos, foi acompanhada diariamente pelo menos entre fevereiro, março e abril deste ano. Os relatórios foram produzidos sob encomenda da Secretaria de Governo, do ministro-general Luiz Eduardo Ramos, e da Secretaria de Comunicação, de Fábio Wajngarten.

Ao todo, segundo a reportagem, 116 parlamentares foram alvo da "espionagem" durante os meses citados: 105 deputados federais, nove senadores, uma deputada estadual (Janaína Paschoal, do PSL-SP) e um vereador (Carlos Bolsonaro, do Republicanos-RJ). Entre eles, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP). Há ainda desafetos do governo como Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP) e aliados como Carla Zambelli (PSL-SP).

Chama atenção ainda as presenças dos filhos do presidente da República na relação de monitorados. Além do vereador Carlos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Repúblicanos-RJ), também constam na lista. Veja a lista completa aqui.

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De acordo com Época, "o Planalto impôs sigilo a esses documentos, alegando tratar-se de um 'trabalho autoral' da empresa contratada para o serviço, e se recusou a responder aos questionamentos da coluna".