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A liderança do governo na Câmara tem procurado todos os gabinetes de parlamentares da base no intuito de mensurar quantos deputados estarão em Brasília nesta semana. A estratégia do Palácio do Planalto é calcular o quórum para tentar aprovar a chamada PEC dos Benefícios ainda nesta terça-feira (12).
Na semana passada, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), adiou a votação por conta da ausência de diversos deputados no plenário. Ao encerrar a sessão da última quinta-feira (7), havia 427 deputados presentes, de acordo com Lira. A decisão foi tomada após um requerimento de encerramento de discussão ser aprovado por 303 votos a 91 —para aprovar uma PEC, são necessários pelo menos 308 votos, em dois turnos.
"Não vou arriscar nem essa PEC nem a próxima PEC com esse quórum na Câmara hoje, de 427", disse o presidente da Câmara.
Esta é a última semana de trabalhos no Congresso Nacional antes do recesso parlamentar de julho. A PEC dos Benefícios autoriza o governo a criar um vale para caminhoneiros e taxistas, dobrar o valor do Auxílio Gás e ampliar o Auxílio Brasil para R$ 600 até o fim do ano, entre outros benefícios, a um custo estimado em R$ 41,25 bilhões.
Para viabilizar o pagamento ainda neste mês, o governo tem insistido para que os deputados da base fiquem em Brasília ao menos até quinta-feira (14). Uma das estratégias da oposição é tentar adiar a votação para depois do recesso parlamentar.
Embora critique a PEC, a oposição ao governo Bolsonaro resiste a votar contra ela por conta do desgaste eleitoral de se posicionar contra o aumento de benefícios sociais. "Nós estamos defendendo o Auxílio Brasil ou o Bolsa Família de R$ 600 desde quando Bolsonaro tomou posse. O que ele está fazendo agora é evidente, ele usa o Congresso Nacional para retirar o seu crime eleitoral e tenta, numa PEC do desespero, alguma possibilidade de levar as eleições para o segundo turno", argumentou o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG).