Dr. Jairinho pode ser o primeiro vereador cassado na Câmara do Rio de Janeiro| Foto: Câmara de Vereadores do Rio
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Preso nesta semana por suspeita de matar o enteado de 4 anos, o vereador carioca Dr. Jairinho (Solidariedade) pode ser o primeiro parlamentar cassado pela Câmara Municipal do Rio. O caso do menino Henry chocou tanto os colegas que o Legislativo deve caminhar rumo a esse desfecho - que é até hoje inédito, mesmo com o histórico de prisões de vereadores nos últimos 20 anos.

Vários ex-ocupantes de cadeiras na Câmara foram presos no âmbito de investigações que miraram grupos milicianos. Apesar de medidas temporárias impostas pela Casa, nenhum deles perdeu efetivamente o mandato por decisão dos colegas. Com Jairinho, a brutalidade da morte de Henry levou os vereadores a sugerirem medidas que vão além dos trâmites tradicionais da Casa.

"É o mínimo que esta Casa pode fazer diante de tamanha barbárie. São muitas as evidências, não é possível conviver numa casa de leis com alguém acusado de um crime tão cruel e covarde", aponta a vereadora Teresa Bergher (Cidadania), que está no quinto mandato e preside a Comissão de Direitos Humanos. "Acho que ele deveria ter sido afastado imediatamente, e não só daqui a um mês. Essa resposta à sociedade chega tarde. A Câmara precisa rever as regras do Conselho de Ética, que são muito brandas."

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Já afastado do Conselho de Ética, do qual fazia parte, Jairinho deu lugar a Luiz Ramos Filho (PMN), que também cobra uma resposta "que com certeza virá": "Estamos todos muito chocados com este caso."