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A deputada federal Joice Hasselmann (SP) anunciou nesta segunda-feira (14) que vai deixar o PSL. Após ser líder do governo na Câmara e romper com o presidente Jair Bolsonaro, Joice considera que o partido se prostituiu "em troca de um cargo na Mesa Diretora da Câmara". O presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), recebeu o cargo de 1.º secretário da Câmara, para apoiar a eleição de Arthur Lira (PP-AL), candidato de Bolsonaro. "Eu não posso estar em um partido amorfo que virou um balcão de negócios", disse Joice em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
A parlamentar afirma já ter “três propostas muito interessantes” de outros partidos. Ela irá protocolar um pedido de desfiliação por “justa causa” no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Todo mundo diz que, até então, fui o paredão que impediu a volta do Bolsonaro, porque ele sempre exigiu minha saída. Só que legalmente o partido não tem como me expulsar porque eu só defendi a legenda. Mas eu não posso transformar a minha atuação parlamentar em muro para picareta. Se eles querem legalizar a picaretagem, legalizem, eu vou atuar contra isso. Mas não posso estar em um ninho de escorpião”, afirmou a deputada sobre a possibilidade de sua saída facilitar o retorno de Bolsonaro ao PSL.
“O presidente, hoje, paga aluguel para ser presidente. Esse aluguel, na negociação, se você somar todos os cargos, espaços públicos, custou R$ 200 bilhões (soma dos Orçamentos de órgãos públicos comandados por siglas do Centrão). Só que essa grana é pública e essa teta pode secar. Quando não tiver mais dinheiro para pagar o aluguel, o impeachment vem, porque em qualquer país sério já teria vindo”, disse a deputada.