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O juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio, afirmou nesta segunda-feira (22) que, de fato, usou a sigla "LUL22" como identificação eletrônica no sistema da Justiça Federal do Paraná, o E-proc, entre 2021 e o início de 2022. Appio é o novo responsável pelos processos remanescentes da Lava Jato. O magistrado confirmou que a sigla realmente era alusiva ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que ela foi utilizada como um “protesto isolado” contra a suposta "prisão ilegal" do petista.
"Alguns anos atrás, quando o presidente Lula ainda estava preso, a minha sigla de acesso ao sistema da Justiça Federal era 'LUL22'. Na época, eu trabalhava com matéria previdenciária e esse foi um protesto isolado, individual, contra uma prisão que eu reputava ilegal. E depois, de fato, o Supremo Tribunal Federal considerou a prisão ilegal", disse Appio em entrevista ao Estúdio I, da GloboNews.
Apesar disso, o magistrado disse que não é petista. "Eu acho que o atual presidente Lula é uma figura histórica muito importante para o país. Erros e acertos [de Lula] vão ser julgados pela Justiça", pontuou.
O atual presidente da República passou 580 dias preso após ser condenado na segunda instância, no âmbito da operação Lava Jato, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP). Ele deixou a prisão em 2019 com a mudança de entendimento do STF, que passou a considerar inconstitucional a execução da pena antes do trânsito em julgado do processo.
A pena viria a ser extinta depois, em 2021, quando o STF anulou a condenação, por concluir que a 13.ª Vara Federal de Curitiba não tinha competência para julgar a ação, e também quando julgou que o ex-juiz Sergio Moro atuou de forma parcial no processo.
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