A Justiça Federal do Distrito Federal suspendeu - até segunda ordem - a realização de interrogatórios em processo que investiga irregularidades na compra caças suecos Gripen para a Aeronáutica. Seriam ouvidos, entre outros acusados, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e um dos seus filhos, Luís Cláudio Lula da Silva (as oitivas desses estavam marcadas para a próxima semana). Na decisão, o juiz Frederico Botelho de Barros Viana, da 10ª Vara Federal Criminal do DF, avalia que a discussão sobre a suspeição de procuradores da operação Zelotes deve ocorrer dentro do processo e abre prazo de 30 dias para que o Ministério Público Federal e demais envolvidos se manifestem sobre os argumentos da defesa do ex-presidente.
Os advogados de Lula querem que os procuradores Frederico de Carvalho Paiva e Herbert Reis Mesquita sejam considerados suspeitos com base em mensagens apreendidas por outra operação, a Spoofing, que teve como alvo hackers responsáveis pela invasão de celulares de integrantes da Lava Jato. Segundo a defesa, as conversas demonstrariam que a Zelotes foi articulada junto da força-tarefa para prejudicar o petista por meio de "acusações frívolas, apresentadas em número elevado e repetidas".
A Zelotes apura a aquisição irregular de 36 caças Gripen durante o governo de Dilma Rousseff. As acusações contra Lula são de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa, todas negadas pelo ex-presidente.