Ouça este conteúdo
A força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo denunciou nesta terça-feira (29) Paulo Vieira de Souza e Mario Rodrigues Junior, ex-diretores da Dersa, e outras três pessoas pela lavagem de US$ 10,8 milhões (mais de R$ 60,7 milhões, pelo câmbio atual) em propinas recebidas no âmbito de obras viárias realizadas nas gestões dos tucanos Geraldo Alckmin e José Serra. Os ex-governadores paulistas não são alvos da denúncia. A denúncia é desdobramento das investigações sobre um cartel de empreiteiras formado para fraudar licitações, dividir lotes de obras e maximizar lucros com anuência do poder público, segundo a Lava Jato. Nesta etapa, a força-tarefa mirou estratégias usadas pelos ex-diretores da Dersa para lavar o dinheiro recebido como "comissão" em troca da articulação e interlocução entre construtoras e membros do governo. Segundo os procuradores, os denunciados usaram contas mantidas na Suíça e abertas em nome de offshores, servindo para receber pagamentos ilícitos vinculados ao Grupo Galvão Engenharia entre os anos de 2005 e 2009.