João Pedro Gebran Neto, desembargador do TRF-4| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo
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O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), responsável por revisar julgamentoS da 13.ª Vara Federal de Curitiba, disse em entrevista à Folha que a operação sofre com uma "guerra de narrativas". As declarações foram concedidas após a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) declarar a suspeição do ex-juiz Sergio Moro no caso do triplex no Guarujá (SP) no caso Lula.

"Há uma guerra de narrativas que foram sendo construídas ao longo do tempo e foram entregues à sociedade nos anos recentes. E essa guerra de narrativas acabou tendo uma força muito grande", disse, ao citar que os avanços da Lava Jato causaram reações.

Ao comentar sobre a ida de Moro para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Gebran diz: "As pessoas para quem interessa esse discurso querem fazer uma leitura retrospectiva. Eles estão procurando em um fato posterior uma nulidade antecedente. Isso não existe. É uma leitura, a meu juízo, bastante equivocada. Já enfrentei essa matéria, já julguei".

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Sobre o legado da Lava Jato, Gebran afirma que deixa "esperança para o Brasil" no combate à corrupção. "Todas as pessoas que foram processadas e julgadas tiveram direito ao devido processo legal, a todos os graus recursais. A sociedade, inclusive, demonstrou um amplo apoio à operação. Com isso, não quero dizer que não pode ter havido algum erro. Mas esses erros são mínimos", justificou.

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