O ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro voltou atrás em acusações que fez contra o ex-presidente Lula (PT) em sua delação premiada que fechou com a operação Lava Jato. O recuo de Léo Pinheiro foi feito por meio de uma carta de próprio punho a que o jornal O Globo teve acesso.
Segundo O Globo, essa carta foi um dos motivos que levou a juíza Maria Carolina Akel Ayoub, da 9.ª Vara Federal de São Paulo, a arquivar a investigação contra Lula por suposto tráfico internacional de influência para beneficiar a OAS em obras no exterior.
De acordo com a acusação arquivada, Lula teria recebido dinheiro da construtora para dar uma palestra na Costa Rica e, em troca, teria feito contatos para facilitar os negócios da empreiteira no país durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Um desses contatos teria sido com Nick Rischbieth, presidente do Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE). Lula teria ainda se comprometido a pedir a Dilma e ao então ministro Paulo Bernardo para entrarem nas negociações.
A reportagem de O Globo diz que a carta foi redigida em maio e que foi anexada ao processo em junho. No texto, Léo Pinheiro diz que não sabe se Lula intercedeu com Dilma e com Paulo Bernardo. Ele afirma ainda que não sabe se as conversas entre Lula e Rischbieth tiveram alguma "efetividade". E diz que a OAS não recebeu empréstimos do BCIE para financiar obras na Costa Rica.