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Horas após dizer que colocará em votação medidas de combate à pandemia de Covid-19, o novo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), promoveu uma grande festa de comemoração de sua vitória em uma casa no Lago Sul, área nobre de Brasília. Cerca de 300 pessoas estiveram no local e poucos convidados usavam máscaras, o que incluía ministros do governo de Jair Bolsonaro, fiador da eleição de Lira - que também estava sem a proteção.
Articulador político do Palácio do Planalto, o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, foi um dos presentes na festa na madrugada desta terça-feira. Como revelou o Estadão, seu gabinete se tornou um QG da campanha de Lira na reta final, onde cargos e emendas eram negociados. Fabio Faria (Comunicações), Fabio Wajngarten (Secretaria de Comunicações) e Jorge Seif (Secretaria da Pesca) completavam o time do governo na festa.
Deputados e políticos aliados, como Roberto Jefferson, presidente do PTB, eram maioria. Mas até mesmo quem não apoiou Lira compareceu. A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) foi uma delas.
Uma banda de música animava os presentes. Imagens de bastidores das viagens da campanha de Lira eram exibidas num telão. No meio da festa, a música foi interrompida para um discurso. "A partir de amanhã, a vida é dura", afirmou o novo chefe da Câmara, sendo abraçado e assediado por ao menos dez pessoas ao seu redor, contrariando todas as recomendações de autoridades de saúde para evitar a propagação do novo coronavírus.
Pouco antes, ainda no plenário da Câmara, Lira pediu um minuto de silêncio para os mais de 225 mil mortos pela doença no País. "Temos que fortalecer a rede de proteção social. Temos que vacinar, vacinar e vacinar o nosso povo", disse Lira antes da festa.