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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) teriam feito as pazes em uma conversa depois de ficarem afastados desde as eleições de 2018, informa o jornal O Globo. A reaproximação entre os caciques da esquerda nacional pode ter relação com as eleições presidenciais em 2022. O governador do Ceará, Camilo Santana (PT-CE), foi responsável por intermediar o encontro. A reunião ocorreu em setembro, na sede do Instituto Lula, em São Paulo. Ciro teria exposto suas mágoas com o PT, enquanto Lula queixou-se dos ataques do ex-ministro ao seu partido.
O publicitário João Santana, que atuou nas campanhas de Lula e Dilma Rousseff, afirmou em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, na última segunda-feira (26), que uma chapa da esquerda formada por Ciro e Lula como vice seria "imbatível" em 2022. "Lula seria o melhor perfil de vice que poderia ter. Impossível ser isso [vice], mas essa chapa seria imbatível. É imitar a solução genial eleitoral, que a Cristina [Kirchner] fez na Argentina [como Alberto Fernández]", declarou.
Mas a trégua deve ser momentânea e não foi bem digerida no PT, informa o jornal O Estado de São Paulo. A presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, resumiu o sentimento em entrevista à radio Arapuan FM de João Pessoa (PB). “Lula é um homem generoso, de coração grande. Mas eu, particularmente, penso que qualquer aproximação com Ciro Gomes passa por um pedido público de desculpas dele ao Lula e ao PT, pelo que ele disse, principalmente ao Lula”, afirmou Gleisi.