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O ex-presidente Lula afirmou nesta terça-feira (26) que o povo evangélico não pode ser confundido com alguns pastores e que tem convicção de que os evangélicos nunca foram tão bem tratados no país como na época do seu governo. A declaração aconteceu em resposta a um questionamento sobre qual seria a estratégia do petista em relação aos pastores “da elite evangélica” que apoiam Bolsonaro, durante entrevista coletiva para youtubers e editores de sites que o PT chamou de “mídia independente.”
“Nós não podemos confundir o povo evangélico com alguns pastores. O povo evangélico é muito grande nesse país e não é um povo, sabe, menos inteligente que o povo de outra religião. Pelo contrário. Eles são espertos, são inteligentes. Eles cuidam da família como se deve cuidar. Eu, por exemplo, sou um homem de família. Assim eu criei meus filhos”, afirmou Lula.
“Eu acho que os evangélicos tem essa força extraordinária. A gente não tem que conversar com pastor. A gente não tem que ficar atrás daquele farofeiro que fala, fala, fala em nome de Deus cometendo pecado todo dia. Até porque utilizar o nome de Deus em vão já é um pecado. Nós temos que conversar com o povo, o homem e a mulher evangélica. Discutir com eles o problema do Brasil, a situação de como eles estão vivendo”, declarou o petista.
Ainda segundo o ex-presidente, os evangélicos foram nunca foram tão respeitados no Brasil como no tempo em que ele governo o país. “Pode pegar o cara que menos gosta de mim e ele vai dizer que no tempo do Lula o povo evangélico comia mais, ganhava mais, porque o salário mínimo era aumentado de forma real todo ano”, disse.
Por último, Lula declarou que o presidente Bolsonaro mente ao falar que acredita em Deus, afirmando que se trata de uma peça eleitoral. “Nós temos que tratar o povo evangélico assim. Ele tem que saber que já foi bem melhor tratado. Ele tem que saber que o presidente atual não acredita em Deus. Ele (Bolsonaro) é mentiroso até pra isso. Olha os olhos dele quando ele fala em Deus. Aquilo é uma peça eleitoral. Aquilo ele tramou com alguns pastores e ficava gritando, quando na verdade um comportamento dele, o histórico da vida dele, a vida política dele, sabe, até a vida militar ele foi expulso do Exército", declarou.
"Então, a vida dele não é condizente com um cristão, com um homem temente a Deus, com um homem que crê em deus. Não é. A história dele e da família dele é o outro lado. É isso que nós vamos tentar conversar com o povo brasileiro”, afirmou o petista. “Ele (Bolsonaro) fica mais religioso na época de eleição. Dá mais dinheiro do MEC para alguns pastores”, finalizou.