A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta segunda (6) que a relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu advogado, Cristiano Zanin, não compromete uma possível indicação dele a uma das vagas que serão abertas neste ano. A declaração foi dada durante uma entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Cármen Lúcia foi questionada sobre a possibilidade, aventada na semana passada pelo presidente em uma entrevista à BandNews, de que indicaria seu advogado para a Suprema Corte. A ministra diz que “a circunstância de ter passado pelo Executivo ou a ligação com o próprio presidente não macula de alguma forma o indicado”.
“Acho que a discussão tem que ser: a Constituição está sendo cumprida? A Constituição diz que o ministro deve ter notório saber jurídico e reputação ilibada. E este advogado tem e já demonstrou”, disse em registro do jornal O Globo.
A própria ministra foi indicada por Lula ao STF em 2006, e diz que não vê problema algum na possível indicação de Zanin. De acordo com ela, outros “grandes ministros” atuaram na administração pública ou foram advogados-gerais da União, como Dias Toffoli e Gilmar Mendes.
Cármen Lúcia, no entanto, evitou citar André Mendonça, que foi advogado-geral no governo de Jair Bolsonaro.
Lula terá duas indicações para fazer neste ano ao STF, das vagas que serão abertas de Ricardo Lewandowski, em maio, e de Rosa Weber, em outubro.