O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) proibiu os ministros de anunciarem qualquer novo projeto ou ação sem consultar antes a Casa Civil, comandada por Rui Costa. O puxão de orelha foi dado no começo de uma reunião ministerial na manhã desta terça (14), que discutiu ações nas áreas social e econômica.
A ordem veio após um começo de ano em que ministros sugeriram medidas que não tinham sido acertadas, e que geraram um mal estar nos primeiros dias de governo. Para Lula, as ações devem ser “de governo”, e não “de ministro”.
“É importante que nenhum ministro, nenhuma ministra anuncie publicamente qualquer política pública sem ter sido acordado com a Casa Civil, que é quem consegue fazer com que a proposta seja do governo. Nós não queremos propostas de ministros. Todas as propostas de ministros deverão ser transformadas em propostas de governo, e só será transformada em proposta de governo quando todo mundo souber o que vai ser decidido”, disse Lula.
De acordo com ele, essa “consulta” é necessária para que a “genialidade” do ministro tenha viabilidade com os ministérios da Fazenda e do Planejamento para ser anunciado “publicamente como se fosse uma coisa do governo que esteja de acordo com os outros ministros”.
Lula prometeu citar alguns dos casos durante a reunião que seria realizada na sequência. O encontro, no entanto, foi a portas fechadas sem transmissão. Participaram da reunião pela manhã os ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente), Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Camilo Santana (Educação), Margareth Menezes (Cultura), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Carlos Lupi (Previdência Social), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), Nísia Trindade (Saúde), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), Ana Moser (Esporte), Cida Gonçalves (Mulheres), Anielle Franco (Igualdade Racial), Silvio Almeida (Direitos Humanos e Cidadania), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Comunicação Social).