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Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, afirmou que "há uma tendência" de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúna com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante a cúpula do G7. "Estou dando uma opinião", frisou, em entrevista ao jornal O Globo.
O encontro do G7 acontece em Hiroshima, no Japão, e acaba neste domingo (21). O convite para uma reunião entre os dois presidentes partiu da diplomacia ucraniana, mas Lula ainda não confirmou presença.
Segundo Amorim, que está no Brasil, um possível encontro não causará mal-estar com a Rússia. "Se o Putin pedisse, [Lula] também o receberia. Há muita clareza da parte dos russos sobre o Brasil ser um interlocutor. Nossa posição é buscar a paz. Não vamos deixar de ter diálogo com a Rússia de jeito nenhum. Eles compreenderão", disse, na entrevista.
O convite para a reunião vem após Lula dar declarações controversas sobre a guerra na Ucrânia. Em abril, o presidente brasileiro afirmou que a Ucrânia também é responsável pelo conflito, e que os EUA e a Europa estavam "contribuindo" para a continuidade da guerra. Após receber críticas, Lula adotou um tom mais ameno, dizendo "condenar a violação da integridade territorial da Ucrânia".
Segundo o g1, o Itamaraty considera que há uma pressão sobre o Brasil para que o país adote uma posição mais alinhada à Ucrânia. A percepção é de que o mesmo está sendo feito com a Índia. Zelensky já se reuniu com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.