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O fim da era Rodrigo Maia (RJ) no comando da Câmara ocorre em um momento de dilema vivido pelo deputado. A dúvida é se ele deve sair do DEM, partido agora dominado por lideranças cooptadas pelo governo. Nos últimos dias, ele e o presidente Jair Bolsonaro travaram queda de braço na disputa pelo controle da Casa. A legenda decidiu abandonar a campanha de Baleia Rossi (MDB-SP) e apoiar o líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), candidato apoiado pelo Palácio do Planalto que venceu a disputa ontem.
Independentemente do resultado das eleições na Câmara, Maia vive um momento de avaliar partidos para abrigá-lo e análises de composições que podem fazer frente a Bolsonaro em 2022. A criação de uma frente ampla de partidos em defesa da candidatura de Baleia foi a primeira tentativa robusta de unir campos opostos desde a redemocratização.
Mesmo com o DEM e o PSDB sucumbindo às verbas e cargos oferecidos pelo Planalto, Maia conseguiu reaproximar o PT e outros partidos de esquerda com um antigo aliado: o MDB. O parlamentar almeja a articulação de uma frente alternativa a Bolsonaro que reúna setores da esquerda e da direita. A área que lhe atrai, segundo disse, é a de modernização do Estado. O maior entrave à união entre os partidos, porém, é a agenda econômica pouco convergente entre presidenciáveis como Doria, Ciro Gomes (PDT) e Luciano Huck (sem partido).