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O ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defende a instalação de uma CPI para investigar a existência de irregularidades cometidas pelo governo no enfrentamento da pandemia, ao invés da abertura de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. “Eu continuo defendendo que o melhor instrumento seria uma CPI. Porque acho, inclusive, que o processo do impeachment, nesse momento, ajudaria o presidente. Porque tiraríamos da frente dele duas mil mortes diárias e colocaríamos um debate político entre os radicais do Bolsonaro e parte da sociedade, aonde esse seria o embate”, disse Maia em trecho de entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, nesta sexta-feira (5).
De saída do DEM, após ver seu candidato ser abandonado pelo partido na eleição para presidência da Câmara, o deputado considera se filiar ao MDB. “O MDB é um partido com quadros que eu tenho uma relação histórica muito importante. E me sentiria confortável”, disse. Uma outra possibilidade seria a criação de um novo partido de centro.
Maia também articula a viabilização de uma candidatura de centro para disputar a presidência nas eleições de 2022. “O que precisamos entender é que, dos nomes que temos, começando pelo governador de São Paulo, João Doria, e passando pelo Luciano Huck, Luiz Henrique Mandetta e Eduardo Leite, daqui tem de sair um nome. Nessa eleição, mais importante do que nas outras, os projetos pessoais têm de ser engavetados”.
Perguntado se o ex-juiz, Sergio Moro, poderia ser uma das opções, Maia disse que Moro não faz parte dos possíveis nomes que pretende viabilizar. "Primeiro, eu acho que ele não é candidato. Eu acho que o Moro é candidato ao Supremo Tribunal Federal. Então, ele vai procurar uma candidatura que garanta essa vaga a ele, como Bolsonaro garantiu a ele. Eu acho que esse é o projeto de vida dele. Não acho que ele tem sangue na veia para a política”, afirmou.