O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), discutiu com o líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PP-PR), e se negou a retirar da pauta desta segunda-feira (21) uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que aumenta os repasses da União para municípios. A medida eleva em 1% as transferências da União para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). O governo tenta barrar a votação da PEC, que pode retirar mais R$ 4 bilhões do caixa do Tesouro Nacional por ano. Na sessão desta segunda, partidos aliados ao presidente Jair Bolsonaro fazem obstrução para tentar barrar a votação de propostas e esvaziar o fim do mandato de Maia à frente da Câmara.
Ricardo Barros subiu ao plenário e pediu a Maia que a PEC fosse retirada. "Então vota contra, ué. Aí eu sou obrigado a segurar tudo?", respondeu Maia, fora do microfone. A conversa acabou captada pela transmissão da sessão. "Aí o presidente (Bolsonaro) vai e diz que os prefeitos estão contra mim", completou Maia na conversa com Barros. O líder do governo saiu da mesa na sequência afirmando que iria "trabalhar".
Ao longo da sessão, Maia defendeu a votação da PEC dos municípios. De acordo com ele, a proposta foi aprovada em primeiro turno no plenário no ano passado e a pauta não é uma surpresa. "Não foram cinco sessões de espera, foram 12 meses de espera. Eu tenho certeza que ninguém vai dizer que a colocação da PEC na pauta significa qualquer surpresa a qualquer parlamentar na Casa."