O pastor Silas Malafaia divulgou um vídeo nesta segunda-feira (5) em que contou o que ele chamou de "a verdade" sobre a posição dele a respeito da indicação de Kássio Nunes Marques ao Supremo Tribunal Federal (STF). Malafaia relata no vídeo que apresentou ao presidente Jair Bolsonaro, ainda em setembro, uma lista com três juristas evangélicos que ele e outros pastores consideravam boas opções à suprema corte. Os nomes eram Jackson di Domenico, José Eduardo Sabo Paes e William Douglas. O pastor conta que teve uma audiência com o presidente e ouviu de Bolsonaro que a primeira escolha do chefe do Executivo ao STF não seria de um evangélico. Segundo Malafaia, ele não contestou Bolsonaro pela posição - assim como não criticou inicialmente a escolha de Kássio, por não conhecer o perfil do magistrado.
Malafaia disse que passou a criticar Kássio depois de conhecer melhor ideias do magistrado, como o que chamou de "defesa do aborto" e "crítica à maioria conservadora". O pastor também atacou Bolsonaro por entender que o presidente se tornou um "cabo eleitoral" do magistrado. "Nem os presidentes Lula e Dilma foram cabos eleitorais de indicados pro STF", disse. Segundo Malafaia, um indicado à corte tem que ser aprovado ou rejeitado pelo seu currículo, não por uma defesa feita pelo presidente, que deveria estar "muito acima" dessas articulações. Apesar das críticas, o pastor encerra o vídeo dizendo que continua apoiando o presidente da República. Recentemente, em pronunciamentos em defesa de Kássio, Bolsonaro disse que "uma autoridade do Rio de Janeiro" estaria contrariada com a escolha - a fala foi interpretada como uma indireta a Malafaia.