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Em depoimento por videoconferência nesta quarta-feira (8), a ex-candidata à vice-presidente Manuela D'Ávila (PCdoB) contou que sua primeira reação ao ser procurada pelo hacker acusado de vazar conversas da força-tarefa da Lava Jato foi pensar que estava sendo vítima de uma armação política. A ex-deputada federal falou à Justiça no processo da Operação Spoofing, que mirou o grupo suspeito pela invasão dos celulares de procuradores e outras autoridades, incluindo o ex-ministro Sérgio Moro e o presidente Jair Bolsonaro. Perguntada sobre o motivo que levou o suposto hacker a procurá-la, Manuela revelou que o invasor teria dito que procurara outras pessoas, mas que ela foi a primeira a respondê-lo. À Justiça, também afirmou que o hacker manifestou a intenção de "salvar o país da corrupção" e fez questão de grifar que não queria dinheiro pelas informações. A ex-parlamentar confirmou que repassou ao hacker o contato direto do jornalista investigativo Glenn Greenwald, do portal The Intercept Brasil, após o invasor ter demonstrado desconfiança em relação à mídia. "Sugeri que ele procurasse o Glenn, quando ele não aceitou conversar com "jornalistas", no termo genérico", disse. O ex-ministro Sérgio Moro também foi ouvido como testemunha na ação que tramita na 10ª Vara Federal de Brasília.