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O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), considera que o bolsonarismo radical atrapalha a agenda econômica do próprio governo. Em entrevista ao Estadão, publicada nesta segunda-feira (22), Ramos citou como exemplo o tempo gasto pelo Legislativo com a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). “Nós deixamos de votar, hoje (sexta), uma MP (medida provisória) para comprar vacina porque vamos ter que votar a prisão do deputado Daniel. Veja que absurdo para o País. Então, infelizmente, esses setores do bolsonarismo não têm responsabilidade nem com a pauta econômica do próprio governo Bolsonaro”, disse o vice-presidente da Casa.
Apesar de discordar de algumas pautas defendidas pelo governo Bolsonaro, Ramos diz estar alinhado com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mais próximo do Planalto. “Eu sou absolutamente alinhado com o deputado Arthur Lira. Reconheço que o papel de liderança e representação da Câmara é dele, porque ele foi legitimamente eleito para isso. Agora, eu fui para a composição da chapa com o deputado com meu histórico parlamentar e de vida. O meu histórico é o de um político moderado, independente em relação ao governo Bolsonaro”.
O deputado afirmou que não tem alinhamento com as pautas de costumes do governo. “Não acho que um país que tem 14 milhões de desempregados, mais de 220 mil mortos pela pandemia, quase 800 mil micro e pequenas empresas fechadas por conta da pandemia, tem que estar discutindo questão de gênero em escola ou arma. Nós temos coisas mais importantes para resolver. Eu acho que o problema é a hostilidade desse debate de costumes”, afirmou.