A Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu procedimento disciplinar nesta terça-feira (3) para apurar a conduta do juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis, em julgamento que inocentou um empresário acusado de estupro. Na audiência de instrução e julgamento, o magistrado da 3ª Vara Criminal de Florianópolis, responsável pelo caso, não interveio quando o advogado Cláudio Gastão da Rosa Filho, que defende o acusado de estupro, afirmou que a vítima, Mariana Ferrer, tem como "ganha pão" a "desgraça dos outros", nem quando foram mostradas fotos sensuais da garota sem qualquer relação com o fato apurado, para questionar a acusação.
Em determinada altura da audiência, a jovem de 23 anos chegou a implorar ao magistrado por respeito. "Excelentíssimo, eu estou implorando por respeito, nem os acusados são tratados do jeito que estou sendo tratada, pelo amor de Deus, gente. O que é isso?”
O pedido de investigação contra o juiz foi apresentado pelo conselheiro do CNJ Henrique Ávila. Ele quer que sejam averiguadas responsabilidades do magistrado na condução da audiência. "O que eu assisti é chocante. Precisamos avaliar aprofundadamente para apurar responsabilidades", disse Ávila. "As chocantes imagens do vídeo mostram o que equivale a uma sessão de tortura psicológica no curso de uma solenidade processual", escreveu o conselheiro no pedido.